Tuesday, 3 June 2008

Me vs Me

Tenho a confessar uma coisa. Eu ando a falhar, estou em época de exames e não escrevo três mil posts por dia a falar do quanto deprimido estou. Como poderá isto ter acontecido comigo? Existem dias em que nem sequer escrevo nada! Não ando bem de certeza, alguma coisa se passa comigo. Pior de tudo ainda! Hoje olhei-me ao espelho completamente nu (sim com eles ao perindecalho) e reparei que existem coisas no meu corpo que poderiam ser melhores! Não ando mesmo bem, a parte do deprimido ainda posso perdoar a mim mesmo, agora a parte sobre o meu corpo, como posso ser cruel e hipócrita a este ponto? Cheguei mesmo a pensar em fazer algum desporto! Não, não comecem a pensar que estou maluco de todo. O facto de estar aqui a escrever é sinal de que um pouco de lucidez ainda me resta. E é a esta lucidez que me tenho que agarrar como toda a força. Francamente, pensar isto sobre o meu corpo. Como será possível eu ter cometido tamanha crueldade. Não que seja arrogante, auto – confiante demais, egocêntrico ou algo do género, não, não é isso que se passa, sempre fui um pouco realista demais, sim, é esse o problema e esta tarde enquanto me tentava tocar no banho perdi um pouco dessa realidade.

Shame on me!

Esta noite, comecei a voltar a cair na minha realidade e a opinião sobre o meu corpo voltou. O facto desta realidade voltar é contudo sinal de mau presságio, comecei a questionar coisas sobre mim. Terei eu de facto algumas imperfeições? Serei realmente tão magro como a minha avó sempre me diz com paleio de que:

-Gilinho, ai que estás tão magrinho, o que é que tens comido lá por onde andas?

Ao que penso, realmente a comida que como não é lá grande coisa,só mesmo para não dizer pior. Depois logo volto a um pouco mais de lucidez e lembro-me porque gosto tanto de mim. Pelas minhas imperfeições, por isso que me vejo tão bem, porque conheço todas as minhas imperfeições ao pormenor, e melhor ainda. Eu adoro as minhas imperfeições.
Sei que este diálogo soa como algo extremamente egocêntrico (o que poderá ter uma ponta de muita verdade) mas gosto de pensar que afinal não é mais do que uma grande e boa auto-confiança em mim próprio. Esta conclusão assustou-me, assustou-me muito. E este susto deve-se ao facto de esta tarde ter pensado no que pensei (enquanto me tentava tocar no banho). Será que estarei eu a perder a minha auto-confiança? Será? Se há coisa que goste em mim é a minha própria auto-confiança, o poder dizer, quero fazer isto e então lá vou eu tentar fazer isto ou aquilo, a decisão, o querer, isto é uma coisa de que gosto.
Depois começo a questionar-me porque esta breve falha de auto-confiança? Então lembro-me que talvez por querer fazer coisas que afinal não posso, que nem eu posso contrariar, que afinal não depende de mim.
Isto tudo surge e faz com que eu volte aos verdadeiros tempos de exame e me sinta deprimido, sendo assim, cumpro o objectivo deste texto que não era mais senão para me sentir deprimido e verdadeiramente dentro dos exames. Objectivo cumprido.
Por agora devem vocês estar a perguntarem-se porque não parei então de escrever? Pois, agora que estou novamente deprimido, então poderei escrever e assim começa aqui um longo texto. Texto este que precisamente por estar deprimido não estou com cabeça para escrever.
Eu definitivamente não ando bem!
Tudo gira, tudo roda, ainda não senti que vou realmente deixar Sheffield, duas semanas e meia para isso e nada de sentir, porquê? Em parte porque estes tempos não são verdadeiramente de festa e tristemente só terei uma real noite de festa para a grande despedida do meu Erasmus (se esquecer a pequena viagem à Suíça com alguns Erasmus) e isso sim me deixa deprimido. Por outro lado, a verdade é que não consigo deixar de pensar em Portugal, no quão contente que estou por brevemente regressar, voltar a Portugal e a tudo o que isso implica, ou então não implica, não sei. Sei que quero voltar a Portugal. O que me volta à frase de ficar ainda mais deprimido porque sei que estando em Portugal vou tanto sentir a falta de Sheffield e Inglaterra, de todos os que aqui conheci e que tornei amigos, amigos, sim, pessoas com quem compartilhei tudo durante um ano. Sei que uma vez em Portugal, passado algum tempo não vou conseguir estar, tempo este que apesar de tudo, sei que será longo que sinto demasiado a falta de Portugal. Mas passado este tempo e depois de algumas coisas que sinto a falta também seguirem caminho, aí, aí não serei definitivamente capaz de estar em Portugal.
Que bom, estou realmente deprimido agora. Vou-me deitar, chorar, pensar e demais afins para depois sonhar com tudo o que me deixa deprimido mas que tanto amo.
A vida é um milagre e nunca deixará de ser, e o que a torna tão especial (para além do facto de estar vivo) são todos estes sentimentos que me deixam completamente louco. Sentir é de facto estar vivo.

I wish that my feelings were the same, but in a different way.

Life will always be a miracle!
Doesn’t matter how shit you can feel.

2 comments:

karioka said...

Gosto de pensar que tas mt bebado kd escreves destas coisas Gil Bastos

Gil Bastos said...

Karioka, eu não diria proprieamente bêbado que toda a gente sabe que estudar bêbado não é bom para a saúde mas posso adianter que estava deveras alterado.. hum.. Suspeito..